Ateliês de Santê: a arte em bordados - Santa Tereza Tem
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Ateliês de Santê: a arte em bordados

Ateliês de Santê: a arte em bordados da Lívia Barbosa

Que Santa Tereza é cheia de pessoas com habilidades várias, todo mundo sabe. Mas nem todos conhecem os bordados da Lívia Barbosa Nogueira Borges, que traça com as linhas histórias, rostos, cultura e Santê. Isso porque seus bordados, além de outros temas, mostram preferencialmente coisas da cultura brasileira e de Santa Tereza, por exemplo.

Lívia e alguns de seus trabalhos

Seu amor pelas linhas e agulhas começou ainda em criança. “Eu sempre gostei de artes manuais e meu primeiro contato de artesanato foi com minha tia, fazendo tapeçaria. A partir daí, inconscientemente já sabia que faria algo do tipo. Gosto de fazer e de consumir artesanato”, conta ela.

O tempo rolou e a menininha cresceu. Em 2011, com 22 anos, ela foi morar e cursar Turismo na UFOP, Universidade Federal de Ouro Preto, na antiga capital de Minas. Empreendedora, começou a fazer colares de fuxico, vendidos a 15 reais cada, para ajudar em sua manutenção na cidade. E foi daí que ela tirou o nome para sua futura empresa, “Fuxicando arte uai”.

Apesar de formada em Turismo, Lívia não exerce a profissão, mas sim está na área do Marketing e, em 2018, teve um click para o bordado como hobby e, futuramente, fonte de renda extra. “Eu já sabia o ponto cruz, mas queria mesmo fazer bordado livre, criar minhas próprias imagens. Como minha prima borda, procurei saber onde havia aprendido e para minha surpresa havia sido no Youtube”.

E foi virtualmente com as dicas do Youtube, que a bordadeira aprendeu a arte das linhas e fez sua primeira obra, a figura de um pássaro. Sua mãe coruja gostou tanto que, como ela diz, sequestrou o trabalho, enquadrou e dependurou na parede.

Nessa época ela conta que “aprendi também o macramê e me apaixonei. Fiz primeiro uma cortina e depois fui inventando outras coisas e mais recentemente teci o lustre aqui de casa, que é a minha paixão”. 

A partir daí não parou mais. “Além de gostar de criar, usando as linhas, acho terapêutico”, observa ela. E do hobby para passar o tempo difícil da pandemia, fez do oficio de bordadeira uma forma de gerar renda extra além do emprego. Aproveitou a visibilidade do Instagram e passou a fazer postagens dos trabalhos. As pessoas gostaram e começaram as encomendas.

A arte como tema

Os temas variam, mas geralmente ela foca sua arte na música, em frases regionais e ditos populares, na cultura brasileira, teatro e nas coisas de Santa Tereza. “Vou baseando em coisas que eu vi. Até já bordei roupas minhas. Vestuário é uma coisa muito interessante, ainda não fiz profissionalmente, mas estou aberta a encomendas”, diz ela.

Lívia e Santa Tereza

Natural da cidade de Formiga ela veio para Belo Horizonte ainda bebê. Ainda criança criou uma relação afetiva com o bairro. Ela conta que “meu pai trabalhava na antiga Eletrodados, ali na Rua Teixeira Soares. E ele trazia a gente para Santa Tereza, para brincar na praça e comer no Bolão. Gosto muito de cidades do interior e como sinto Santa Tereza como um interior, em 2017 me mudei pra cá e só saio se for pra ir morar no mato”.

Ela comenta que, “moro em uma rua que não tem bares, mas imagino como deve ser difícil morar na Rua Mármore ou outras com tantos bares e música alta. É preciso criar um diálogo entre os comerciantes e a vizinhança para que isso seja melhorado, haja respeito e para manter a tranquilidade do bairro, esse forma de viver que é uma coisa gostosa. Temos de pensar que o bairro é residencial e não dá para ser transformado apenas em um local de turismo”.

Para conhecer mais do trabalho da Lívia @fuxicandoarteuai

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